sexta-feira, 13 de julho de 2012

ENTENDO AS PESSOAS QUE CORTAM A SI MESMAS: AJUDA NA DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA. POR: ALFONSO ALMEIDA


Cortar alguém é muito mais do que parece – pegar uma lâmina ou objeto afiado e cortar a pele de alguém até que sangre. Embora cortar a si mesmo é a forma mais comum de um comportamento de auto-lesão, a auto-lesão pode incluir queimar a si mesmo com um cigarro aceso ou equivalente, morder, bater a cabeça, socar-se ou arrancar os cabelos (tricotilomania). Pessoas que machucam a si mesmas deste modo estão tipicamente entre 13-15 anos de idade, femininas, embora possa continuar por anos sem ser notado pelas outras pessoas. Alguns garotos também exibem esse comportamento. Como entender as pessoas que se cortam pode ser bem desafiador, especialmente se você é alguém que tem uma aparência saudável perante a vida e respeite pelo seu corpo. Entretanto, cortar-se é uma pedida de ajuda e você precisa escutar e responder aquele chamado.
Se a pessoa que está se machucando é seu filho, é uma boa idéia pegar um exemplar de Honest Parenting – este guia para pais de adolescentes com problemas emocionais tem várias estratégias excelentes para abordar seu filho e dar à ela a ajuda que precisa.

Aqui temos algumas informações que podem ajudá-lo a entender melhor a auto-lesão:
  • Se cortar é um mecanismo de enfrentamento, reconhecido e mórbido, que ajuda as pessoas a lidarem com sentimentos intensos de pressão e perturbação.
  • O cérebro libera endorfina quando o corpo é cortado. A endorfina  fornece alívio de dor e um senso de bem-estar, além de aliviar a dor psicológica.
  • Por causa da liberação de endorfina, cortar-se pode se tornar um comportamento compulsivo. Na próxima vez que as emoções estiverem afloradas, o cérebro implora pelo alívio que a endorfina fornece.
  • As pessoas que cortam a si mesmas tendem a ser pessoas sem a habilidade de expressar estes fortes sentimentos de forma mais saudável. Eles precisam aprender métodos que não sejam prejudiciais.
  • Algumas vezes elas sofrem também de outros problemas mentais como desordem bipolar, obsessivo-compulsiva, depressão, distúrbio alimentares ou outros desafios, embora nem sempre esse seja o caso.
  • Muitas adolescentes que se cortam tender a serem muito boas em esconder a autoflagelação. Até para os pais fica difícil de dizer o que elas estão fazendo. Dado este fato, uma vez que você for capaz de descobrir o que está acontecendo, é imperativo obter ajuda para depressão na adolescência para a sua filha. Elas podem utilizar mangas longas para esconder as cicatrizes, explicar qualquer corte que é observado ou até mesmo compartilhar dicas de como esconder auto-flagelação, como neste exemplo de "43 Things."
  • Você não pode fazer alguém que corta a si mesmo parar. Palestras, implorar, rejeitar...nenhuma dessas estratégias funcionará. Ao invés disso, você pode oferecer seu apoio avisando sua amiga que ela merece ser saudável e feliz e que você deseja ajudá-la a encontrar a assistência que ela precisa. Busque ajuda para ela.
  • Lembra-se das garotas da heroína? Este foi um estilo fashion na metade dos anos 90 que fazia as modelos parecerem como se fossem viciadas em heroína (além de levar a protestos de grupos anti-drogas e até do então presidente Bill Clinton). Algumas pessoas que não eram viciadas em heroína tentaram atingir esse visual, por exemplo, através da auto-inanição. Infelizmente, cortar-se tem um elemento análogo com isso em função de algumas garotas que tentam se cortar para parecerem desafiantes e ‘cool’.
  • Se você conhece alguém que se corta, não decida por si mesmo se o corte é uma tentativa de parecer ‘cool’ ou um chamado de ajuda. Considere esse comportamento como um sinal de problemas emocionais ocultos que precisam ser tratados.
  • Se você é pai de um adolescente com estes problemas, busque um terapeuta que ele gosta e confia. Esteja preparado para a possibilidade que sua família inteira possa ser convidada para participar da terapia. Na terapia familiar, a família é vista como um sistema que precisa funcionar junto – todos os membros da família devem fazer parte do processo terapêutico.

Ter uma filha(o) ou amiga(o) que corta a si mesma(o) pode ser uma experiência assustadora. Entretanto, não deixe seu próprio medo ou negação assumirem o controle de uma oportunidade de ajudar especialmente se você descobrir o que ela(e) faz. A pessoa que faz isso está sofrendo e precisa expressar a dor que sente de maneira não prejudicial. Cortar-se é um sintoma suficientemente severo para procurar ajuda para saúde mental o quanto antes. Tudo começa com a consciência da autoflagelação e o conhecimento que os sinais estão aí.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário